Cargos comissionados da Prefeitura servem de refúgio para políticos reprovados pelo povo nas eleições
- nabocadopovostm
- 3 de jan.
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Quatro ex-vereadores de Manaus, rejeitados pelo eleitorado nas eleições municipais de 2024, encontraram um novo abrigo na estrutura da Prefeitura. Alonso Oliveira (Avante), professor Fransuá (PSD), Sassá da Construção Civil (PT) e Wallace Oliveira (DC), todos integrantes da base aliada do prefeito reeleito David Almeida (Avante), foram agraciados com cargos comissionados no Executivo municipal. Essa movimentação levanta questionamentos sobre a coerência e o respeito à vontade popular, que já havia dado um claro “não” à continuidade desses nomes na política.
A decisão do prefeito de integrar os ex-parlamentares ao quadro administrativo municipal ocorre em um contexto no qual a rejeição do eleitorado foi contundente. Em outubro de 2024, as urnas decretaram o fim do mandato desses políticos, numa resposta direta às suas atuações e alinhamentos durante o período legislativo. Ainda assim, a administração municipal optou por oferecer uma segunda chance a esses aliados, contrariando o desejo explícito dos eleitores de afastá-los da esfera pública.
Alonso Oliveira, Fransuá, Sassá da Construção Civil e Wallace Oliveira construíram suas trajetórias na Câmara Municipal como membros leais da base governista. Ao longo de seus mandatos, votaram de forma alinhada com os interesses do Executivo, contribuindo para a implementação de projetos prioritários para a Prefeitura. Apesar disso, o respaldo popular que sustentava suas campanhas evaporou, resultando em uma rejeição inequívoca nas urnas.
“Os eleitores mandaram um recado claro de que queriam renovação e mudança”, afirma um eleitor, que questiona a decisão do prefeito de reincorporar figuras que receberam “cartão vermelho” da população. A medida reforça a percepção de que alianças políticas estão sendo priorizadas em detrimento do respeito à vontade popula.
O uso de cargos comissionados para abrigar aliados derrotados nas urnas não é novidade no cenário político brasileiro, mas a prática é alvo de críticas frequentes por parte da sociedade civil. No caso de Manaus, a situação ganha ainda mais destaque pelo contraste entre o discurso do prefeito e suas ações. “Promover a mudança na política significa também respeitar a decisão soberana do povo”, comenta um especialista em administração pública.
Essa escolha traz à tona uma incoerência difícil de ignorar. Se por um lado, a gestão municipal defende a eficiência, por outro, recorre à reinserção de aliados rejeitados pelos eleitores. A decisão de acomodar os ex-vereadores em cargos estratégicos do Executivo municipal evidencia como alianças políticas ainda prevalecem sobre o compromisso com a vontade popular e a promoção de uma administração pautada pela transparência e inovação.
Fonte: ochefaodanoticia.com.br


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